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Como falhas de liderança causaram tragédias espaciais

  • Jean Carvalho
  • 13 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Desde 1958 a NASA (National Aeronautics and Space Administration) é responsável por realizações científicas e tecnológicas no setor espacial e aeronáutica. Criada para vencer a corrida espacial contra a União Soviética, a organização já trouxe diversas inovações positivas ao mundo, como por exemplo, levar o homem à lua, levar satélites para exploração de outros planetas, a construção da Estação Espacial Internacional, e vários outros feitos históricos.


Mesmo com tantas conquistas, o ex-diretor de operações da NASA, Paul Sean Hill, disse em uma entrevista recente para a revista Forbes, que erros de liderança dentro da empresa foram responsáveis por desastres catastróficos em voos espaciais: Apollo 1, Ônibus Espacial Challenger e Ônibus Espacial Columbia.


De acordo com Hill, todos esses acidentes tiveram relações com falhas humanas de engenharia, porém a real causa para esses erros têm muito a ver com o estilo de liderança da organização. Segundo o entrevistado, os líderes dos projetos ignoravam indicadores de problemas enquanto se dirigiam para um objetivo ambicioso.


O ex-diretor também detalhou durante a entrevista os acidentes mencionados:


Apollo 1 (1967)


Durante um teste de lançamento em 27 de janeiro de 1967, os astronautas morreram devido a um incêndio dentro da cápsula. Foram diversas causas de design e engenharia que podem ter iniciado o fogo. O diretor do voo, Gene Kranz, contou logo após o acidente que o projeto não estava indo conforme o planejado. A equipe sabia que vários elementos do programa estavam em apuros, os simuladores não estavam funcionando, o cronograma estava atrasado, os procedimentos do voo e os testes mudavam diariamente, e ninguém se manifestou e impediu a tragédia.


Challenger (1986)


Dezenove anos depois, os astronautas do Ônibus Espacial Challenger morreram durante o lançamento quando um dos impulsionadores de foguetes sólidos vazou um jato de gás quente que queimou o tanque externo, fazendo com que ele explodisse. Apesar de parecer um erro claro de engenharia, isso não explica a verdadeira causa da tragédia. Durante semanas, o fabricante da peça advertiu a equipe de engenheiros da NASA e um executivo que o selo que impedia o vazamento do gás estava comprometido devido às temperaturas frias. Ao invés de estudar o problema, o executivo da NASA desafiou o fabricante devido a data próxima do lançamento.


Columbia (2003)


Dezessete anos após o Challenger, sete astronautas morreram quando o Ônibus Espacial Columbia desintegrou acima do Texas enquanto estava a caminho de pousar na Flórida. O acidente foi causado por brecha no sistema de proteção térmica, causado por um pedaço de espuma isolante que se separou do tanque. Antes do lançamento, a NASA estava estudando uma série de preocupações que apresentavam riscos óbvios e sérios, um dos quais não era esse isolamento de espuma. Infelizmente a organização sabia há anos que pequenos pedaços de espuma estavam rasgando o tanque externo, mas não realizou nenhuma análise de engenharia rigorosa ou teste para determinar se essa espuma representava uma ameaça para o ônibus.


Esses acontecimentos trágicos mostram que pessoas com talentos únicos de ciência e engenharia estavam imersos em papéis de liderança, que tendem a ser sobre pessoas, relacionamentos e tomadas de decisões. Através das práticas de gerenciamento dos chefes da organização, foi criado dentro da NASA um ambiente em que era aceitável ignorar alertas de falhas e enfrentar riscos desnecessários. Provavelmente esses cientistas não estavam preparados para posições em que a pressão por resultado e entrega obstruem ações necessárias e imprescindíveis. Ações essas que poderiam ter impedido a morte de 17 astronautas.




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