Como um diretor de Baseball virou referência em liderança
- Jean Carvalho
- 11 de jul. de 2017
- 3 min de leitura

Para muitos, no dia 02/11/2016 aconteceu o jogo de baseball mais emocionante de todos os tempos. O Chicago Cubs encerrou um longo jejum, ou melhor, uma maldição, que durou 108 anos, em uma partida recheada de muito sofrimento. Em um confronto na casa do time adversário Cleveland Indians, o Chicago Cubs venceu o jogo por 8 a 7 na décima entrada e sagrou-se campeão da Major League Baseball, fechando a Word Series em 4 a 3. Pode parecer algo fantástico que só o esporte pode nos proporcionar, mas por trás disso tudo existe uma grande história de liderança.
O diretor do time do Chicago Cubs, Theo Epstein, é um exemplo de líder que consegue motivar as pessoas a fazerem o impossível, e ele conseguiu isso duas vezes. A primeira foi em 2007 quando tirou o time do Red Sox de uma fila de 86 anos sem títulos e a segunda vez foi com o time do Cubs.
No primeiro “milagre” de Epstein, o diretor da equipe de Boston usou uma técnica apresentada no filme “Moneyball” em que é utilizado um algoritmo tecnológico baseado em dados estatísticos com o objetivo de encontrar jogadores com habilidades cruciais para cada posição. Já no segundo “milagre” do diretor, a técnica utilizada em Chicago foi complementar a técnica anterior, contratando jogadores com caráter e disciplina, e transformando-os em líderes.
A revista americana Fortune, que anualmente elege os 50 maiores líderes mundiais, reconheceu tamanho feito de liderança, e surpreendeu ao colocar Theo Epstein na primeira colocação, a frente de Jack Ma (fundador do grupo Alibaba), Papa Francisco, Melinda Gates (co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates) e Jeff Bezos (CEO da Amazon).
Quando Epstein estava montando o seu time, ele pediu para seus olheiros (pessoas que procuram jogadores para fazer parte da equipe) não buscarem apenas informações de como os jogadores se comportam diante das adversidades dentro do campo, mas também fora dele. A ordem de Epstein era encontrar familiares, amigos, namoradas e conhecidos dos possíveis jogadores da equipe, e fazer perguntas do tipo: Qual é a situação da família? Como ele trata as pessoas quando ninguém está olhando? O que os amigos do jogador dizem sobre ele? O que os inimigos/adversários dizem sobre ele? Como ele trata as pessoas que ele não precisa tratar bem? O que motiva o jogador? Entre outras perguntas pessoais. Os olheiros que não fizeram longas pesquisas sobre o caráter dos possíveis jogadores foram demitidos. Epstein precisava dessas informações para montar o time que queria.
Epstein sabia que utilizar apenas utilizar técnicas baseadas em dados estatísticos e ferramentas tecnológicas não eram mais suficientes. As outras equipes já adquiriram essas técnicas. Os times de baseball cada vez mais se assemelham a grandes empresas de tecnologia, com pessoas altamente qualificadas, com diploma em matemática e ciência. Epstein queria algo a mais. Segundo ele: “Se não podemos encontrar o próximo avanço tecnológico, talvez possamos ser melhores do que as outras equipes na forma como tratamos nossos jogadores, como nos conectamos, nos relacionamos e os desenvolvemos para terem sucesso. Talvez o nosso ambiente é melhor do que o do adversário, talvez nossa vibração seja a melhor, talvez eles se divertem mais, e talvez eles se preocupam mais. É impossível quantificar isso”.
Você não precisa entender sobre baseball para enxergar situações de liderança nessa história. Longe disso. O fato de Theo Epstein ser um dos maiores exemplos de liderança da atualidade é que ele conseguiu nos mostrar pontos importantes que podemos pensar e refletir em nosso dia-a-dia:
#1 Contrate carácter
Como seus funcionários se relacionam ou enfrentam as adversidades pessoais e profissionais podem ser mais importantes para o seu sucesso do que suas habilidades técnicas.
#2 Identifique os limites dos seus dados e suas tecnologias
Uma estratégia voltada para ferramentas de análises e tecnológicas não serão muito efetivas se seus concorrentes utilizarem ferramentas semelhantes.
#3 Busque se conectar
Epstein acredita que grande parte do sucesso do seu time foi impulsionado pelo relacionamento de longa data de seus principais jogadores. “As pessoas não gostam de trabalhar isoladas” (Epstein)
Se você quiser entender um pouco da história do jogo em questão, fica a sugestão desse vídeo
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