Algo que muitas pessoas querem, mas fazem pouco quando lideram
- Felipe Thomes Rodrigues
- 26 de jun. de 2017
- 4 min de leitura

Estamos cercados de emoções e expectativas sobre tudo o que fazemos. Você acha importante reconhecer as pessoas pelo valor que elas têm agregado?
Vamos aprofundar mais. Se sim, será que você segue essa fala na realidade?
Indo além, quando o reconhecimento vira prioridade pra você? Reflita um pouco.
Essa última pergunta foi feita a três gerentes de empresas diferentes pela Harvard Business Review. Um dos entrevistados disse que o reconhecimento só vira prioridade quando ele tem tempo para pensar sobre isso. Outro disse que ele reconhece o time quando compra sanduíches para ter durante algumas reuniões. O terceiro é muito consistente em seus reconhecimentos: suas frases padronizadas nas notas de agradecimento e seus inevitáveis cartões presentes de 25 dólares para um fastfood viram piada entre os membros de seu time.
Deu para perceber a falta de importância e a generalização que existe quando se trata de reconhecimento? Esses são apenas alguns exemplos do que acontece por aí.
Em contraste, um executivo de uma empresa fundada na Europa nos deu um bom exemplo de como apreciar o trabalho de seus colaboradores. Ele disse que quando deseja agradecer as pessoas, ele não as agradece de forma generalizada, da boca para fora. Quando alguns dos funcionários vão jantar, ele coloca os nomes delas em um chapéu e confere várias vezes para ter certeza que os nomes estão lá. Então, em seu discurso, ele sorteia 6 desses nomes e fala sobre cada pessoa e suas realizações, contando quem são elas e o quanto sabe sobre elas. Certamente isso não é fácil. Fica nítido a preparação que ele deve ter e a expectativa positiva que gera sobre os demais.
Qual a mensagem que esse executivo deixa com essa atitude? Que ele reconhece as pessoas, sabe exatamente quem elas são e não somente o que fazem. Isso acaba se proliferando para o restante da organização.
Depois desses opostos no reconhecimento de pessoas, venho explicitar aqui 4 pontos cruciais quando estamos tratando do assunto:
#1 - Frequência alta
Não é uma vez por mês e muito menos uma vez por ano no churrasco de natal. Com qual frequência você deveria fazer momentos de reconhecimento? Pelo menos uma vez por semana! Não estou falando de dar um carro em cada momento desse. Mas ser frequente, mandar um agradecimento escrito ou mesmo destacar as ações positivas de alguém durante uma reunião. Simplicidade, mas com poder.
#2 - Reflexão de valores
Qual a melhor oportunidade para refletir e disseminar os valores de uma empresa? Isso mesmo, na hora do reconhecimento. A maioria dos integrantes não vai começar a viver bem os valores depois de uma apresentação institucional da empresa em um auditório. Não vão nem ter prestado muita atenção. Podem até gravar quais são eles depois de um tempo, mas saber como se comportar é bem difícil sem um exemplo claro. No momento do reconhecimento pessoal, todos estarão prestando 100% de atenção, com a expectativa muito alta de ver quem será reconhecido. Então, esta é a hora de mostrar o que essa pessoa fez de destaque com relação aos valores da empresa. Por exemplo:
“Foi uma grande ideia trazer o nosso time de projetos especiais para nossa reunião semanal. Sempre falamos muito da colaboração entre áreas como um valor nosso, mas nem sempre fazemos um bom trabalho praticando isso. Eu realmente aprecio o seu esforço em fazer isso. Obrigado, Alex!”
Você pode praticar isso em qualquer situação, para demonstrar um valor ou comportamento que deseja ver nas demais pessoas, e claro, reconhecer quem viveu ele corretamente.
#3 - Apropriação ao resultado alcançado
Lembram dos cartões presente de 25 dólares que o gerente entrevistado dava para todo mundo? Imagina você, que vem há 3 meses lutando em um projeto que vai aumentar o lucro da empresa em milhões, receber o mesmo reconhecimento de uma pessoa que só ficou trabalhando um final de semana para atualizar alguns dados. Simplesmente não nos sentiremos reconhecidos.
#4 - Personalização
Algo a ser percebido como significativo pode variar muito de pessoa para pessoa. Uma pessoa pode achar o máximo ser colocado em contato com uma pessoa de maior nível intelectual que o seu, enquanto outra pode valorizar mais um passeio com a família dado pela empresa como forma de agradecimento. A questão é ter algo personalizado para cada pessoa, de acordo com o que cada uma gosta. Pode ser até uma nota escrita à mão e sincera ou um discurso pontuando, como vimos no exemplo. O que ninguém quer é algo padronizado como os cartões presente de 25 dólares. Dinheiro não faz o real sentido do reconhecimento, a não ser que seja uma ótima quantia, em que as pessoas não vão usar para pagar contas do dia a dia e esquecer seu significado.
Então, vimos aqui que até prêmios em dinheiro ficam insignificantes se não tiver alguma gratidão, fala, escrita personalizada em que você se sinta especial e contribuindo para o meio em que vive. Afinal, é o que todos nós queremos. Fazermos algo e nos sentirmos realizados. E não só esperar para que alguém nos reconheça mas praticar isso também.
Um abraço!
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