Você não está perdendo tempo!
- Diogo Seixas
- 12 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

Muitas vezes ficamos hesitantes em tomar decisões simplesmente pela preocupação de que iremos “perder tempo” fazendo isso, ao invés daquilo. Quero então fazer uma pergunta simples: o que é perder tempo?
Gastar anos em um relacionamento que não deu certo?
Anos em uma empresa que não te fazia bem?
Anos em um curso que no fim não era o que realmente você queria fazer da vida?
Anos de Ballet para não ser bailarina?
Anos de escolinha de futebol para não dar em nada?
Se você se encaixa em qualquer uma - ou mais - das categorias acima, será mesmo que você perdeu tempo?
Tempo é sim a moeda mais valiosa do mundo. O como e onde investimos essa moeda é extremamente importante, mas acredito que todo investimento de tempo é sempre convertido em ganho.
Eu me formei em engenharia de produção e hoje trabalho com desenvolvimento de liderança jovem dentro da Journey. Tudo que faço hoje não tem muito a ver com o que aprendi na universidade. Costumo até dizer que a faculdade me ensinou tudo aquilo que eu não gostaria de fazer. Mas em contrapartida, ela foi a porta de entrada para as diversas experiências “extraclasse” que tive, e que por consequência me fizeram ser quem eu sou hoje.
Se eu perdi tempo? Jamais! Eu tive que passar por essas experiências para me conhecer e me encontrar como pessoa e profissional. Entender esse conceito de que você nunca vai perder tempo, pode ser um pouco difícil, mas vai te ajudar muito a diminuir a ansiedade e frustração que você sente.
Você nunca vai perder tempo, porque sempre é possível extrair conhecimento e aprendizado de uma experiência. Mas é somente quando aprendemos o “quem sou”- bom ou ruim - e entendermos que falhas e medos fazem parte do processo de desenvolvimento humano é que vamos entender que nenhum tempo é perdido.
O mais importante é tomar a decisão - lembrando que uma decisão consiste em fazer uma escolha e cortar todas as outras escolhas adjacentes - e investir seu máximo lá. Invista realmente seu tempo para retirar o máximo possível de aprendizado, e não fique olhando para trás, pensando se deveria ou não ter feito algo diferente.
Muita gente também fica confuso sobre tomar a decisão x OU decisão y. Mas...porque não fazer isso E aquilo. Muita vezes estamos tão focados no OU que esquecemos que talvez é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo como uma forma de teste. De repente você pode estar super engajado na sua organização, mas pode tentar uma vez por semana jogar aquele futebol, ou fazer aquelas aulas de oratória ou inglês que sempre quis.
Mas, tome cuidado com a quantidade de Es que você assume para a sua vida. Além do medo de falhar, também temos o medo de desistir de algo porque as outras pessoas vão nos ver como “fracassados”. Ponha de lado o medo do julgamento alheio e pense na sua experiência. Pense no quanto essa experiência está contribuindo em termos de corpo (saúde), alma (fazer o bem), mente (aprender) e tome a decisão de quais experiências você deve continuar, e quais deve deixar de lado por um tempo. Lembre-se: desistir agora não significa desistir para sempre.
Dica: escreva tudo que você tem vontade de fazer agora e no futuro. Você pode chamar de objetivo, meta, sonho, não importa. Mas tire da cabeça. Quando a gente sabe o que quer daqui 3 ou 5 anos, fica mais fácil de escolher quais experiências queremos e precisamos ter agora.
Pense que o futuro é apenas uma troca que você faz com o presente. Pare de pensar que está perdendo tempo, porque o tempo nunca é perdido. É sempre investido em forma de experiência. Cabe a você parar, respirar e refletir no que e quanto você aprendeu com cada uma delas. Mas é somente através dessa vivência que entendemos o que serviu e o que não serviu.
Como sempre digo: se joga no máximo possível de experiências e seja mais louco. Porque é na loucura que encontramos a felicidade que muitas vezes esquecemos de procurar na vida real.
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